segunda-feira, 6 de maio de 2019

Após morte de bebê, MP investiga atendimento de maternidade em Pinhais



Ministério Público do Paraná investiga o atendimento da maternidade do Hospital Municipal Nossa Senhora Da Luz Dos Pinhais, em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.

No sábado (4), um bebê morreu cinco horas após o parto na maternidade. Segundo os familiares, em 1º de maio a mãe havia ido ao hospital, com fortes dores, mas foi orientada a voltar para a casa.

No sábado, ela voltou ao hospital com contrações e, novamente, foi liberada para ir para casa, segundo a família.

Pela tarde, a mãe foi levada ao hospital e foi feito um parto de emergência. A bebê teve complicações, mas não resistiu.

"Além disso, quando foram fazer o toque, fizeram de uma maneira bruta. Não fizeram com carinho, como uma mãe deve ser tratada. A bolsa estourou e em menos de dez minutos a minha filha nasceu. Já era tarde", contou o pai Edmar Paulo de Amarante.
De acordo com a família, a bebê necessitava de uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal, porém o hospital não possui essa estrutura.

"Domingo é dia das mães e minha nora estaria com a filhinha dela no colo. Mas, ela vai estar com o braço vazio", disse a avó Maria Dirce de Jesus.

Outros casos
Em abril uma mãe morreu durante o parto no hospital, e outra mãe de 22 anos morreu no ano passado dois dias depois da filha nascer.

"Ela disse que não ia aguentar. Chamei o médico, ele fez o toque e falou que ela não estava com contrações, que era só o bebê que estava encaixado. Perguntei a ele se ia passar um remédio e ele falou: 'já passo'. Quando olhei ele já estava de calção conversando com as meninas, e foi embora. Nessa hora, eu vi que a minha mulher parou de gemer e as mãos dela fechavam de dor", contou o viúvo, Thiago Faria dos Santos.

A mulher teve derrame cerebral e morreu dias depois.


Mãe, de 22 anos, morreu dois dias depois da filha nascer —
O que diz a secretaria
Em entrevista feita pela RPC nesta segunda-feira (6), a secretária municipal de saúde Adriane Carvalho disse que todos os casos de mortalidade materno infantil são investigados pelo Comitê de Prevenção de Mortalidade Materna, Infantil e Fetal.

"Com o resultado a gente consegue trazer a efetiva causa das mortes. Nosso hospital se caracteriza dentro da rede materno infantil como um hospital para atendimento de casos de risco habitual, ou de menor risco. Então, quando a gestante tem que ser direcionada para o alto risco, no caso de Piraquara, ela deve ser encaminhada para o Hospital Angelina Caron que tem mais estrutura", contou a secretária.

Ainda conforme a Adriane, pelo número de nascidos, o hospital não vê a necessidade de ter uma UTI Neonatal e nem uma UTI materna, pois contam com "uma estrutura de rede".

Na terça-feira (7), uma reunião será realizada com a equipe técnica do hospital para discutir o caso.

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