Um menino de 13 anos, estudante do 8º ano do ensino fundamental, morador do Weissópolis, em Pinhais. Até aí, mais um entre tantos jovens brasileiros, seguindo sua vida normalmente. Mas seu nome é Kallel, um garoto prodígio, exímio DJ (disc jockey) que hoje é referência não só pelo precoce sucesso na música eletrônica, mas pelo precedente aberto na Justiça, quando no final de 2021, conquistou o direito de exercer seu talento de forma profissional. O DJ Kallel, como é conhecido no universo das picapes
Kallel Lemos dos Santos começou a tocar com apenas oito anos de idade. Seu pai, também DJ, logo notou o talento do filho e, sentindo a necessidade de lhe ampliar os horizontes, travou na Justiça uma árdua batalha. Jefferson acionou o Ministério Público para adquirir o direito do filho em exercer a profissão nas noites e festas de música eletrônica, amparado pela lei. O Estatuto da Criança e do Adolescente protege menores de idade contra o trabalho infantil, por isso a autorização para que Kallel pudesse atuar profissionalmente passou pelo MP até que o direito fosse concedido pelo Superior Tribunal de Justiça, em novembro de 2021.
Os dois comemoram a conquista com uma agenda cheia de eventos, que inclui até turnê no México no final deste ano. Mas o pai Jefferson lembra que para tocar, Kallel precisa estar sempre sob acompanhamento escolar, inclusive com atendimento psicossocial. “Na semana de prova ele não pode tocar, geralmente tem festas na sexta, sábado e domingo, então ele vai poder tocar, por exemplo, no sábado, e no domingo a tarde, sempre conciliando os estudos, monitorando a vida escolar, o convívio com outras crianças e adolescentes, sempre tem que ter esse acompanhamento, inclusive no Ministério Público com o atendimento psicossocial, semana passada a gente estava aqui no Fórum. A cada seis meses a gente tem o acompanhamento psicossocial para ver como está o andamento dele, se está levando uma vida saudável”, comenta o pai.
Com o alvará liberado, o DJ Kallel está vinculado à agência Season Bookings e leva sua música para diversas regiões do Brasil, além de datas já fechadas fora do país. Para quem ainda não conhece seu estilo, pode seguir suas redes sociais e curtir uma apresentação, conferindo os eventos marcados. “Meu pai me ensinou a tocar de tudo, eu também toco no vinil, então toco desde dance music, até psytrance. Tenho projetos de tech house e meu set autoral de psytrance sai este ano”, informa o músico.
Entre ensinamentos e superações, pai e filho seguem um projeto tocado com amor e responsabilidade. “A gente atravessou três anos de uma luta na Justiça bem acirrada, até provar por A mais B que o Kallel é realmente um talento nato, que é uma criança que brinca, tem o seu lazer, e os pais não estão explorando o filho. Foi uma luta, mas a gente não vai desistir e nunca desistimos do sonho do nosso filho. Como até falou a prefeita, às vezes você tem um talento dentro de casa e você diz ‘ah, eu quero que você seja médico’, mas ele não quer ser médico, e realmente ele quer seguir por um outro caminho e a gente olhou com os olhos da vontade e satisfação do filho”, declarou o pai Jefferson.
O garoto que também é fã de automobilismo, especialmente Fórmula 1, já tem bem definido o porquê de sua empreitada no meio musical. “Para mim, música é vida, música é emoção. Tem aquele ditado: ‘se não existisse a música, a vida seria um erro’, então para mim, música é cultura, é emoção, é sentimento, é algo que movimenta a humanidade, é algo muito fundamental”, conclui o jovem dj.
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