sábado, 15 de setembro de 2018

Fuzil 556 chega a Piraquara para substituir armas da II Guerra



A boa nova pode estar chegando ao complexo Penitenciário de Piraquara, com o começo da entrega, na quarta, 12, de armas mais modernas à guarnição da Polícia Militar do Paraná que vigia as seis penitenciárias daquela área.

A medida veio depois da invasão na madrugada, de terça-feira, pelo PCC, da Penitenciária Piraquara I, quando foram explodidos dois muros e uma parede para a libertação de prisioneiros. O alvo era liberação de cabeças do PCC. Só um dos líderes fugiu.

As novas armas são fuzis 556, fabricados pela CBC, com trinta munições. Esses fuzis substituem os antigos 762, com apenas 5 munições, originários da II Guerra Mundial, e que se mostraram impotentes para fazer frente ao armamento moderno e de alto calibre do PCC.

PRESÍDIO VULNERÁVEIS

Os presídios brasileiros estão vulneráveis a ações do crime organizado, ou as invasões do de João Pessoa, Paraíba, e da Penitenciária Piraquara 1– na madrugada de terça-feira -, foram episódios que não tendem a se repetir?

Nesta quinta, 13, fui buscar a opinião, e respostas, ouvindo um oficial da PMEP, com alto nível acadêmico de especialização em segurança pública. Por motivos óbvios, deixo de citar o seu nome e o posto. Seu relato é precioso: mostra o raquítico esquema de guarnição do complexo em que vivem pelo menos 4 mil prisioneiros.

DEMOROU MUITO

Para esse oficial, “o que aconteceu aqui em Piraquara até demorou para ocorrer”, diz lembrando que na madrugada da invasão e explosão de dois muros e uma parede do presídio pelo PCC para libertar seus asseclas, a guarnição da Polícia Militar (PMEP) estava com suas cinco viaturas paradas, quebradas e sem perspectiva de conserto a curto prazo.

PEDIDO DE SOCORRO

“Parece que a situação não ficou mais caótica porque os policiais, na segunda-feira, haviam pedido, por empréstimo, uma viatura da escolta da PMEP (que transporta prisioneiros).


O fuzil 556: armas novas

O oficial admite que viaturas quebradas têm sido constantes a impedir um correto desempenho da guarnição da Polícia Militar. E mais disse: de cerca de 20 guaritas da PMEP, que circundam os seis presídios do complexo penitenciário, apenas sete estão ativas. As demais estão fechadas, há tempo, sem explicação para tanto.

POUCOS POLICIAIS

Tanto quanto a falta de armamento moderno, para fazer frente às armas de última geração da bandidagem, a guarnição da PMEP em Piraquara é considerada “muito modesta e vulnerável a surpresas como a ocorrida”, explica o policial.

Ele garante ser inadmissível que apenas 4 equipes de PMEPs – cada equipe com 20 elementos -, atuando em sistema de revezamento, tenha de dar conta da segurança dos seis presídios que compõem o complexo penitenciário.

PODIA TER SIDO PIOR

De qualquer forma, como as informações da área e sobre o ocorrido são homeopáticas, com quase nunca de cunho oficial, o PM oficial ouvido “comemorou”, garantindo que “as coisas poderiam ter sido piores”.

Explica que “apenas um cabeça, ou liderança, do PCC foi liberado pelos invasores”. Os 29 restantes, que escaparam serrando os cadeados das celas, não eram “cabeças” do Primeiro Comando da Capital (PCC).

Em tom que pode parecer profético, mas reflete apenas amplo conhecimento de causa do informante, o oficial da PMEP admitiu:

“Sim, o crime organizado pode tomar facilmente os presídios de Piraquara. Se ou quando isso pode acontecer, só a bandidagem sabe. Mas há um térreo fértil para que isso ocorra de novo”. No Brasil, em geral, os presídios também são mal guarnecidos”.

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